Linhas de pesquisa

A IA Generativa e o Futuro da Participação Cidadã: Pesquisas em Andamento

Desde outubro de 2024, o Prof. Jorge Machado está no The Open Government Institute, da Universidade Zeppelin, na Alemanha. No dia 17 de fevereiro, junto com o Prof. José Carlos Vaz, do curso Gestão de Políticas Públicas da USP, ele apresentou descobertas sobre como a inteligência artificial generativa pode transformar a administração pública e a participação social.

Ambos pesquisadores investigam como modelos de linguagem avançados podem ser utilizados para melhorar a qualidade e a eficácia em processos de participação cidadã. No entanto, há desafios a serem superados. Um deles é que os cidadãos frequentemente têm dificuldade em formular suas demandas de forma estruturada. Isso faz que muitas propostas fracassem devido a obstáculos legais ou financeiros.

A IA poderia ajudar a gerar propostas com base em bancos de conhecimento e transformá-las em minutas juridicamente viáveis.

Friedrichshafen feb2025

Desafios e questões éticas

Essa abordagem levanta preocupações importantes:

  • Como estabelecer padrões e diretrizes para o uso de IA em processos participativos?
  • Quais são os riscos éticos, como manipulação, vieses ou falta de transparência nas decisões?
  • Testes recentes com modelos como GPT 4.0 e LLaMA mostram resultados promissores, mas também destacam a necessidade de sistemas de IA auditáveis, seguros e transparentes.

Outro problema é a assimetria no acesso a dados públicos: enquanto empresas e organizações usam ferramentas analíticas avançadas, muitos cidadãos carecem de conhecimento e acesso a essas tecnologias.

IA para fortalecer a participação

O foco atual é desenvolver IA generativa que fortaleça processos participativos, servindo como ponte entre governo e sociedade, sem comprometer a integridade das decisões. Governos e administrações públicas precisam entender a reflexividade da IA para aproveitar seu potencial de forma responsável.

Contribuição do Prof. José Carlos Vaz

O Prof. Dr. José Carlos Vaz – que atualmente ocupa a cátedra da CAPES Brasil-Alemanha, na Universidade de Muenster – complementa essa pesquisa com seu trabalho sobre participação online em cidades inteligentes. Seu modelo analítico estuda como as tecnologias digitais podem transformar o engajamento político em áreas urbanas, abordando temas como:

  • Inclusão digital
  • Transparência
  • Governança

Sua recente visita à Universidade de Zeppelin reforçou a importância da cooperação internacional para compartilhar conhecimento e aprimorar conceitos inovadores de participação digital.

A combinação de IA generativa e plataformas digitais de participação pode estabelecer um novo padrão para processos decisórios democráticos — desde que questões éticas e regulatórias sejam devidamente consideradas.

Esse texto foi por Joern Von Lucke (Zeppelin Universitaet), traduzido do alemão e adaptado para esta versão.

Pesquisas sobre ecosistemas de dados governamentais abertos

As organizações públicas estão enfrentando novas demandas por parte da sociedade, que envolvem uma maior transparência e participação na gestão dos recursos públicos, além de um maior controle sobre a qualidade dos serviços oferecidos e uma maior responsabilidade dos gestores na utilização desses recurso

As organizações públicas estão enfrentando novas demandas por parte da sociedade, que envolvem uma maior transparência e participação na gestão dos recursos públicos, além de um maior controle sobre a qualidade dos serviços oferecidos e uma maior responsabilidade dos gestores na utilização desses recursos. Essas novas exigências deram origem a uma plataforma denominada governo aberto, que busca disponibilizar informações (em qualquer formato) de responsabilidade governamental.

Dentro das possibilidades criadas pelas iniciativas de governo aberto, temos a utilização de dados abertos (DA), que são informações disponibilizadas na Internet de forma que possam ser reutilizadas por terceiros. Em diversos países, desde o início do século, esses temas assumiram um papel importante nas políticas públicas. No Brasil, o governo federal tomou diversas medidas em direção a esses temas, culminando, em novembro de 2011, na lei nº. 12.527 (LAI – Lei de Acesso à Informação), que entrou em vigor em 16 de maio de 2012, regulamentando o direito constitucional de acesso dos cidadãos às informações públicas, aplicável aos três poderes da União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

Diante disso, é evidente a importância de os governos (responsáveis por disponibilizar grande parte das informações em formato aberto) manterem uma ampla relação com a sociedade e conhecimento de suas necessidades e capacidades para acessar e utilizar as informações disponibilizadas. Esse fato justifica a relevância da realização de trabalhos relacionados a esse tema.

Em todo o mundo, diversos pesquisadores, especialmente acadêmicos, e organizações da sociedade civil começaram a desenvolver estudos sobre a disponibilização de informações pelos governos para a sociedade e até mesmo para outros governos.

No contexto brasileiro, a realidade não foi diferente. Nesse sentido, os professores Cláudio Sonáglio Albano e Gisele da Silva Craveiro, embora já atuassem anteriormente com o tema de dados governamentais, começaram a trabalhar juntos a partir do ano de 2014.

No segundo semestre desse ano (2014), eles realizaram uma série de entrevistas com atores da sociedade e órgãos governamentais envolvidos com orçamento público e a disponibilização desses dados em formato aberto para a sociedade. As entrevistas incluíram atores de diversos países, como Argentina, Brasil, Chile, México e Uruguai. Os resultados desse trabalho podem ser consultados em: 

Os trabalhos anteriormente mencionados têm uma forte vinculação com questões orçamentárias e exploram as possibilidades de coprodução e inovação por meio do uso dos dados disponibilizados.

Continuando a investigação sobre esse tema, porém com foco nas Universidades Públicas Federais Brasileiras, foi desenvolvida uma dissertação de mestrado no programa de pós-graduação em Administração de Empresas da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), no campus de Santana do Livramento. Os resultados dessa dissertação podem ser acessados em:

Em busca de um maior entendimento sobre o ecossistema brasileiro de dados abertos, os autores expandem suas pesquisas para outros contextos. Nesse sentido, eles desenvolveram um trabalho focado na área da saúde. Os resultados desse trabalho podem ser acessados em:

Gisele da Silva Craveiro é Doutora em Engenharia de Sistemas pela USP, Mestre pela Unicamp em Ciências da Computação. Orientadora e Professora da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP, credenciada no Programa de Pós-graduação em Mudança Social e Participação Política, Líder do grupo de pesquisa Colaboratório de Desenvolvimento e Participação (CoLab-USP).

Claudio Sonaglio Albano é Graduado em Administração Empresas/URCAMP, 1986. Especialista em Ciências da Computação, PUC/RS – Porto Alegre, 1992. Mestre em Administração de Empresas, área Sistemas de Informação UFRGS, 2001. Doutor em Administração pela FEA\USP em 2014, com estágio sanduíche na Universidade Estadual de Nova York (EUA), no Centro Tecnologia para Governo (CTG, Albany). Atualmente é Professor na Universidade Federal do Pampa no curso de Engenharia de Produção em Bagé/RS.

Linhas de Pesquisa

 Linhas de Pesquisa
O COLAB possui atualmente três grandes linhas de pesquisa. Cada uma delas possui uma coordenação própria.

Políticas de Informação

Coordenadores: Prof. Dr. Jorge Machado (principal) e Profa. Dra.  Gisele Craveiro
  • Políticas científicas / Open Science
  • Acesso aberto  e Direito autoral
  • Políticas Públicas de Informação
  • Aplicativos cívicos
  • Dados abertos
  • Legalização P2P
Privacidade
Coordenadores: Prof. Dr. Márcio Moretto (principal) e Prof. Dr. Jorge Machado
  • Privacidade e Anonimato
  • Proteção de Dados Pessoais
Governo e Dados Abertos
Coordenadores: Profa. Dra. Gisele Craveiro (principal) e Prof. Dr. Jorge Machado
  • Governo Aberto
  • Padronização orçamentária
  • Transparência e Participação