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INOVAÇÕES DEMOCRÁTICAS COM MEDIAÇÃO TECNOLÓGICA CÍVICA DIGITAL NO CONTEXTO ESCOLAR

É possível transformar as políticas educacionais por meio do uso de ferramentas cívicas digitais de participação social

A pesquisa intitulada “INOVAÇÕES DEMOCRÁTICAS COM MEDIAÇÃO TECNOLÓGICA CÍVICA DIGITAL NO CONTEXTO ESCOLAR”, desenvolvida pelo Doutorando Manoel dos Santos no Programa de Pós-graduação em Mudança Social e Participação Política na Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo, sob a orientação da Professora Drª Gisele da Silva Craveiro, focaliza a participação política com o uso de mediação tecnológica cívica digital para o monitoramento cidadão e avaliação de serviços e políticas públicas no ambiente escolar.

Esse estudo analisa como os processos de participação política em experiências de monitoramento cidadão, facilitados pelas plataformas cívicas de mediação tecnológica, contribuem para a produção, análise e uso de dados e informações na avaliação e tomada de decisão para a implementação de políticas públicas no contexto escolar. O período de análise compreende os anos de 2016 a 2021, durante o qual os casos estudados foram executados.

A pesquisa baseia-se na análise de cinco iniciativas incentivadas por órgãos de accountability burocrática, que visam produzir, analisar e utilizar dados e informações para a tomada de decisão, com o propósito de promover melhorias na execução de políticas e serviços públicos. As experiências específicas analisadas são as seguintes: 

  1. a campanha de monitoramento da merenda denominada Projeto Égua da Merenda, João!, no âmbito do Programa Nacional da Merenda Escolar, implementado em escolas estaduais pela CGU-Regional Pará, em parceria com a Secretaria de Estado da Educação do Pará e envolvendo o Movimento Pacto Estudantil pela Educação Pará (MPEPEP) e a Organização Social Belém (OSB- Belém), em Santarém, no Pará, entre 2016 e 2018;
  2. o Projeto Monitorando a Merenda, uma iniciativa do Projeto Ouvidoria Ativa do Programa Nacional da Merenda Escolar, implementado em escolas estaduais pela CGU-Regional Pará, em parceria com a Faculdade de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Pará (UFPA), a Organização Social Belém (OSB- Belém) e a Secretaria de Estado da Educação do Pará, em Belém, Pará, entre 2016 e 2017;
  3. o Projeto Monitorando a Merenda, no âmbito do Programa Nacional da Merenda Escolar, implementado em escolas do Distrito Federal pela Controladoria Geral do Distrito Federal, com a anuência da Secretaria de Estado do Distrito Federal e a participação das escolas, do Instituto Federal de Fiscalização e Controle e do Center for Civic Media, em Brasília, entre 2016 e 2019;
  4. o Projeto Monitorando a Merenda, no âmbito do Programa Nacional da Merenda Escolar, implementado em escolas estaduais, capitaneado pela CGU-Regional Bahia, em parceria com a Secretaria da Educação do Estado da Bahia, com a Ouvidoria Vai à Escola da SEC/Ba e o Observatório Social da Despesa Pública de Jequié, entre 2018 e 2019 em Salvador, Jequié e Lauro de Freitas.
  5. o Projeto Estudantes de Atitude, é uma iniciativa desenvolvida no contexto escolar pela Controladoria Geral do Estado de Goiás (CGE-GO), em parceria com a Secretaria de Estado da Educação – SEDUC. 

Nessa etnografia do ecossistema brasileiro de participação política e cidadã, mediada por tecnologia cívica digital para o monitoramento e avaliação de serviços e políticas públicas no contexto escolar, a pesquisa aborda questões e iniciativas do mundo real, concentrando-se na melhoria dos serviços e políticas públicas nas escolas por meio da participação cidadã e da tomada de decisão baseada em dados, combinando abordagens top-down e bottom-up em configurações de arranjos socioestatais e societais.

As iniciativas de monitoramento cidadão e avaliação de serviços e políticas públicas no contexto escolar analisadas utilizam plataformas digitais como o Monitorando a Cidade e o WhatsApp nos quatro primeiros casos. Além disso, na quinta iniciativa, são empregadas diversas outras plataformas digitais, como o SurveyMonkey, Google Forms, Telegram, Whatsapp, Facebook, Instagram, Youtube e Smartsheet. Essas ferramentas tecnológicas digitais possibilitam a participação política e o empoderamento dos cidadãos nas relações e interfaces socioestatais e societais, através da coleta de dados e informações com mediação tecnológica cívica digital, permitindo identificar, compreender, colaborar, cocriar, incidir e transformar suas realidades por meio da cogovernança construída no contexto das inovações democráticas com o uso de tecnologias cívicas digitais.

De acordo com Gray (2016), dados e informações digitais devem ser usados para atender aos interesses da sociedade e dos cidadãos, por meio da “reimaginação da política de dados”, visando promover o desenvolvimento humano, o empoderamento cívico, o avanço do progresso social e o fortalecimento da democracia.

A utilização de ferramentas cívicas digitais na coleta de dados e informações possibilita a realização de “um processo coletivo que visa discutir questões críticas, obter informações para melhor compreendê-las e dialogar com atores locais para desenvolver soluções” (MARTANO et al., 2017).

Os resultados preliminares da pesquisa revelam que cada interfacemento dos mecanismos de accountability burocrática apresenta diferentes tipos e conformações de modelos e arranjos institucionais de monitoramento cidadão para a avaliação de serviços e políticas públicas. Verifica-se que, apesar do uso comum da mediação tecnológica cívica digital, em todas as iniciativas, o contexto sociopolítico contribui para a configuração de vontades políticas e de arranjos institucionais, levando a diferentes resultados.

Observa-se que a tecnologia cívica digital é um fator relevante para o engajamento dos cidadãos que adotam esse tipo de ferramenta como responsáveis pela coleta de dados, podendo fazer diferença para esse grupo social e arranjo específico, permitindo uma mudança positiva no processo de formulação e implementação de políticas e serviços públicos.

Assim, a participação política mediada por tecnologia cívica digital, nesses casos específicos, por meio da produção colaborativa de dados e informações com agilidade e relevância, contribui para aumentar a responsividade dos governos. Observa-se que os cidadãos apresentam contribuições e demandam serviços e políticas públicas de qualidade ao poder público, ativando ou interagindo com agências de accountability socioestatal e societal, exercendo o controle social, a fiscalização e a supervisão externa, em conjunto com a participação de atores da sociedade civil. A sociedade civil também exerce o controle social, articulando mecanismos e agências com poder de fiscalização e aplicação de sanções, conferindo legitimidade à participação da sociedade, sendo um ator estratégico para contribuir com a educação para a cidadania.


Para saber mais acesse o artigo intitulado “Processos de participação cidadã mediados por tecnologias digitais: um estudo sobre monitoramento participativo e avaliação de políticas públicas no contexto escolar”, publicado no 44o Encontro Anual da ANPOCS, realizado entre os dias 1 e 11 de dezembro de 2020.

Manoel dos Santos é Doutorando em Mudança Social e Participação Política pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP e integrante do grupo de pesquisa Colaboratório de Desenvolvimento e Participação (CoLab-USP).

Gisele da Silva Craveiro é Doutora em Engenharia de Sistemas pela USP, Mestre pela Unicamp em Ciências da Computação. Orientadora e Professora da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP, credenciada no Programa de Pós-graduação em Mudança Social e Participação Política, Líder do grupo de pesquisa Colaboratório de Desenvolvimento e Participação (CoLab-USP).

Guia para Análises de Políticas Públicas: Usando Evidências a partir de Ciência de Dados e Inteligência Artificial

fonte: teste

Você já imaginou como a combinação de Inteligência Artificial, Ciência de Dados e análise de políticas públicas pode revolucionar a forma como entendemos e tomamos decisões sobre os desafios sociais?

Atualmente, a pesquisa acadêmica tem se tornado um trabalho árduo e complexo. Ao buscar por palavras-chave nos buscadores de conteúdo científico, muitas vezes somos inundados com listas imensas de trabalhos relacionados. Embora o acesso aos dados tenha se tornado mais simples, essa abundância de informações também exige o uso de ferramentas complexas para compreender o que esses dados realmente ‘dizem’.

Nesse sentido, um projeto de doutorado em andamento no Colab está desenvolvendo um artefato com abordagem sistemática e automatizada para a pesquisa acadêmica em análise de políticas públicas. Por meio de métodos de Inteligência Artificial e Ciência de Dados, nosso projeto busca fornecer aos pesquisadores um “Guia” claro e eficiente para explorar grandes volumes de informações de maneira estruturada, economizando tempo e esforço. Assim, os pesquisadores podem concentrar-se na interpretação dos resultados e na seleção de insights relevantes para suas pesquisas.

Essa pesquisa teve início a partir de um estudo acadêmico (Almeida et al., 2018) que identificou a falta de ferramentas de automação na análise de trabalhos acadêmicos que utilizam dados abertos governamentais. Foram analisados 75 estudos selecionados entre 2009 e 2016. Os resultados revelaram que essas pesquisas tinham poucas ou nenhuma ferramenta de apoio para a automação na coleta, processamento e visualização dos dados. Em um estudo posterior (Beluzo & Craveiro, 2022), analisamos como esses trabalhos se relacionam com as técnicas da ciência de dados em alguma etapa do processo de análise, ficando evidente que as pesquisas estavam aquém das expectativas. Essas descobertas destacaram a necessidade de melhorias e avanços na automação e aplicação de técnicas de ciência de dados na análise de políticas públicas, originando a ideia do Guia.

Com abordagem interdisciplinar que combina técnicas estatísticas, mineração de dados e IA generativa, nosso projeto busca permitir uma análise mais abrangente a partir de um conjunto de textos acadêmicos (dados não estruturados) e dados abertos, descobrindo padrões, tendências e relações ocultas nos dados. Os pesquisadores poderão explorar diferentes métodos e ferramentas disponíveis no guia, possibilitando uma compreensão mais profunda e abrangente das políticas públicas estudadas. Vale ressaltar que o pesquisador continua como protagonista e conhecedor do assunto, sendo o guia um instrumento que reduz etapas de análise e apresenta informações relevantes durante o processo inicial da pesquisa.

Nosso projeto encontra-se em fase de desenvolvimento, e estamos comprometidos em garantir que ele seja aplicável a uma ampla variedade de contextos e problemas de pesquisa em políticas públicas.

Gostou do assunto? Quer saber mais? Entre em contato com o Co:LAB USP!

* José Rodolfo Beluzo é Doutorando no ProMuSPP – EACH / USP; Graduado em Ciências de Computação pelo ICMC-USP; Especialização em desenvolvimento de sistemas WEB pela UNIFAFIBE e Mestre em Sistemas de Informação pelo PPGSI – EACH / USP. Professor e Pesquisador na área de Informática no IFSP Araraquara / SP.

Colab-USP participa da 1ª Reunião Extraordinária do Fórum de Gestão Compartilhada do 3º Plano de Ação em Governo Aberto na Cidade de São Paulo

No dia 03 de fevereiro aconteceu a 1ª Reunião do Fórum de Gestão Compartilhada para co-criação do 3º Plano de Ação em Governo Aberto na Cidade de São Paulo. Nesta data, a conversa foi voltada para apresentação dos membros eleitos e outros participantes convidados, uma breve apresentação do conceito de Governo Aberto, da Parceria para Governo Aberto (Open Government Partnership – OGP) e a política de Governo Aberto Local, assim como apresentação de algumas informações sobre os Planos de Ação anteriores.  

Esse Fórum de Gestão Compartilhada (FGC3) tem como produto final o desenho, implementação, monitoramento e avaliação do 3º Plano de Ação em Governo Aberto no Município de São Paulo. Na última gestão foi implementado 100% dos compromissos previstos pelo 2º Plano de Ação, enquanto meta prevista dentro do Programa de Metas 2019-2020. Foram assumidos 5 compromissos pelo FCG2, sinalizados por meio de consulta pública, que tratam de temas como orçamento, descentralização e desenvolvimento local, sistemas de informação, comunicação participativa e transparência, educação e combate à corrupção. Mais informações podem ser acessadas no site da Prefeitura de São Paulo.  

Foi definido neste encontro a necessidade da apresentação detalhada do último Plano de Ação para os participantes recém chegados do Fórum, assim como realizar um balanço e avaliação das ações tomadas pelos membros anteriores. Para isso, serão convidados esses participantes da iniciativa anterior para esse momento de aprendizagem entre os novos e antigos membros.   

A primeira etapa de co-criação do 3º Plano de Ação terá data limite até 31 de agosto de 2021, como previsto pelo organismo internacional da OGP. As etapas e outras informações sobre o processo podem ser consultadas no OGP Local Handbook

Colab-USP é eleito para compor Fórum de Gestão Compartilhada em Governo Aberto na Cidade de São Paulo

O Plano de Ação em Governo Aberto faz parte do compromisso da cidade de São Paulo com a Parceria para o Governo Aberto (Open Government Government – OGP) e é um instrumento para avançar a agenda de governo aberto na cidade. Até julho deste ano, o Fórum elaborará o 3º Plano de Ação em Governo Aberto em parceria com a OGP.  

Atualmente, estamos no desenho do processo de co-criação do 3º Plano de Ação em Governo Aberto no município. Esse plano é formulado, implementado, monitorado e avaliado pelo Fórum de Gestão Compartilhada, que é composto por organizações governamentais e não governamentais com poder de voto, mas as reuniões são abertas a participação de toda a população.  

As organizações não governamentais que compõem o Fórum foram escolhidas pela população por meio de votação realizada  pela ferramenta Participe+. O Colab-USP foi selecionado, junto ao Insper – Instituto de ensino e pesquisa, para representar a cadeira de Setor Acadêmico. Os representantes do Fórum podem ser consultados na lista abaixo:   

Lista de representantes da Prefeitura de São Paulo  
Lista de representantes eleitos da Sociedade Civil 

Para participar, envie um email para governoaberto@prefeitura.sp.gov.br para entrar na lista de e-mails e receber os comunicados sobre o Fórum. Este é o principal canal de comunicação entre as instituições e é onde são compartilhadas as pautas das reuniões, agenda e comunicados.  

O Colab-USP agradece todos os 234 votos que recebeu, assim como a todas as pessoas e organizações que se mobilizaram durante o processo de votação.

Cuidando do Meu Bairro

APRESENTAÇÃO

 

O Cuidando do Meu Bairro é uma iniciativa do COLAB USP e do Observatório Social do Brasil – São Paulo  que objetiva facilitar o acesso às informações dos gastos públicos aos moradores de São Paulo de forma interativa e prática. Os gastos são georreferenciados e dispostos em um mapa interativo, onde se pode vasculhar a área que quiser e encontrar despesas que estão programadas para acontecer, podendo ser em escolas, prontos socorros, hospitais, parques, tudo que você puder achar pelo Mapa!

 

Todavia, apenas são colocadas no mapa despesas que já tenham um endereço em sua descrição, 77% das despesas atuais não trazem informação de endereço, dificultando assim a visualização e incorporação do dado orçamentário no Cuidando. Para que essas despesas não fiquem fora de vista, o Cuidando foi programado para inserir na tabela todas as despesas extraídas diretamente do Portal da Transparência ininterruptamente.

 

Até por um viés de controle orçamentário, aqui as despesas recebem classificações a partir de um código de cores que informam seu status (planejado, empenhado e liquidado). Que mostram se a despesa está somente no papel; se já foi iniciada ou se já foi concluída.

Esquema de cores

  • Azul: gasto evolui de empenhado para liquidado
  • Verde: gasto evolui de orçado para empenhado
  • Vermelho: gasto orçado; atualização do valor orçado
  • Laranja: atualizações sobre perguntas e respostas e outras mensagens do E-sic
  • Cinza: atualizações de comentários

Isso é possível graças a Lei Complementar (131/ 2009), a qual altera a redação da Lei de Responsabilidade Fiscal, obrigando a publicização das informações orçamentárias via plataforma online em tempo real. Estende-se a todos os níveis da administração pública, desde os entes federativos, até a administração indireta.

 

INSTRUÇÕES DE USO

 

O site www.cuidando.vc é livre e totalmente gratuito. Você pode interagir com o mapa e acessar a tabela de despesas à qualquer momento e de qualquer lugar. Para ter um melhor uso da plataforma é recomendado criar um login de usuário, o que permite diversas vantagens e novas experiências. Para se registrar basta inserir Nome, E-mail e Senha; caso queira se conectar com seu Facebook também é possível!

 

Agora que você já possui um usuário, ficou muito mais fácil realizar perguntas conforme a Lei da Transparência. Ao clicar sobre qualquer despesa abrirá a descrição desta, onde aparecerão os status e o Órgão Responsável pelo gasto, assim como o botão Quero Perguntar.

Para isso, baseia-se na Lei de Acesso à Informação (12.527/2011), lei a qual dá o direito a qualquer pessoa física ou jurídica receber qualquer informação pública de órgãos e entidades sem necessidade de justificativa. Ela abrange os três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e todas as peças da administração pública direta e indireta, assim como todos os níveis federais. A taxa de resposta é de 100%, e a prefeitura dispõe de 20 dias para responder, podendo prorrogar por mais 10. Logo, toda obra, projeto, programa ou exercício de função pública tem o caráter de transparência, todas as perguntas feitas para o Poder Público devem ser respondidas, assim como expresso na Lei.

http://www.acessoainformacao.gov.br/assuntos/conheca-seu-direito/a-lei-de-acesso-a-informacao

 

Ademais, o site do Cuidando está conectado com o  E-Sic da Prefeitura de São Paulo, o que possibilita o envio de perguntas e dúvidas acerca dos dados apresentados diretamente pela plataforma, tornando-a pública, o que potencializa ainda mais o controle social pelo fato das pessoas terem visto sua pergunta, e elas próprias esperarem pelas respostas.


Para ver mais descrições além do órgão, fonte e função, você pode clicar sobre mais e todas as informações disponíveis serão mostradas. Agora vamos ver como fazer perguntas diretamente para o Poder Público? Vamos lá!

O site do cuidando possui um sistema ligado diretamente ao site da E-Sic. Assim, todas as perguntas são encaminhadas diretamente ao site com o nome do Observatório Social Brasil – São Paulo, o que garante o anonimato do usuário. Na descrição do gasto, está determinado qual é o órgão responsável por ele, sendo assim as perguntas são encaminhadas a administração deste local. Contudo, pode haver encaminhamento entre os órgãos, até chegar a real fonte do gasto.

É possível ainda entrar com recurso em segunda e terceira instância, caso a resposta tenha sido incompleta, insatisfatórias ou respondida fora do prazo.

A resposta e a pergunta ficam disponíveis no site, na parte de baixo da página do gasto. Isso permite um debate vertical acerca deste, sendo que muitas vezes os usuários fazem perguntas sobre perguntas, ou usam as perguntas anteriores como base e/ou exemplo. Além disso, ainda é possível  um debate horizontal na aba de comentários, onde os usuários podem conversar e discutir sobre. Todas as interações, quer sejam perguntas, respostas ou comentários, serão públicas para que qualquer um possa ver e participar

Encontro de parceiros do projeto Monitorando a Cidade

Ao final de janeiro, em São Paulo, reunimos o incrível grupo de parceiros que estiveram trabalhando no piloto da Fase 2 do projeto Monitorando a Cidade para compartilhar aprendizados do ano passado e discutir os próximos passos para o projeto. Esta equipe multi-setorial de estrelas incluía representantes de organizações da sociedade civil, agências governamentais de supervisão, academia e financiadores de engajamento cívico na América Latina.

Ao longo de vários dias, exploramos os estudos de caso da implementação do Monitorando para discutir elementos de sucesso, lidar com desafios sociais, institucionais e técnicos e explorar como podemos compartilhar melhor nossos aprendizados com um público mais amplo.

Estaremos publicando um relatório mais longo com reflexões sobre esta fase do projeto no próximo mês, mas algumas coisas se destacaram em nossas conversas:

  • Nós somos profundamente afortunados por trabalhar com tão talentosos organizadores sociais como Ivan e Eliana! A sua dedicação, carisma e estratégia são essenciais para os sucessos que vimos em Belém e Santarém.
  • A parceria com agências governamentais de supervisão (Ministério Público e Controladoria Geral da União) tem sido crítica para permitir que grupos da sociedade civil canalizem suas preocupações e monitorem dados em ações concretas.
  • Reunir sociedade civil, academia e agências de supervisão é uma forma poderosa de alavancar as competências, o conhecimento e as redes para enfrentar desafios comuns.
  • Em virtude de ser uma plataforma tecnológica, o Monitorando permitiu aos parceiros alcançar maior escala, economizar tempo, atrair novos participantes e aumentar a cobertura da mídia.
  • É impossível separar o uso do Monitorando do rico contexto de engajamento social. Os êxitos não podem ser atribuídos apenas à tecnologia.

 

Estamos ansiosos para compartilhar nossos resultados em uma variedade de meios ao longo dos próximos meses, incluindo posts, artigos acadêmicos e eventos em São Paulo e Belém. Somos infinitamente gratos por ter a oportunidade de trabalhar e sonhar com esta equipe e mal podemos esperar para ver as colaborações futuras que emergerão deste grupo!

Um enorme obrigado a essa equipe incrível:

 

Eliana Mara, Projeto SOL
Lidiane Dias, Universidade Federal do Pará
Marcelo Morais de Paulo, Controladoria Geral da União
Ivan Costa, Observatório Social de Belém
Gisele Craveiro, Universidade de São Paulo Colab
Andres Martano, Universidade de São Paulo Colab
Marisa Villi, Universidade de São Paulo Colab
Paulo Rezende, Humanitas360
Emilie Reiser, MIT Center for Civic Media

(traduzido de: Promise Tracker)

Visita ao movimento de Santarém engajado com a merenda

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Santarém

Esta semana tivemos a honra de nos encontrar com os líderes do impressionante Movimento Pacto Estudantil pela Educação no Pará, que têm, ao longo dos últimos meses, monitorado merendas através do Promise Tracker. O movimento nasceu em outubro de 2015 de uma iniciativa de engajamento com jovens, o Projeto SOL. Depois de uma história ímpar de articulação escolar, estudantes de 14 escolas de Santarém juntaram forças para levar ao escritório do Ministério Público suas preocupações para com as condições de suas escolas. Eles foram recebidos pela promotora local e estabeleceram um diálogo buscando solucionar as questões, que incluem reparos nas escolas, segurança, espaços pedagógicos e merenda.

Na terça-feira chegamos à cidade de Santarém, Pará, onde as águas azuis e cor de argila dos rios Tapajós e Amazonas se encontram. Em um auditório disponibilizado pelo Ministério Público, nos reunimos com um grupo de 23 estudantes de ensino médio e professoras de 5 escolas públicas da cidade para aprender sobre suas estratégias de organização e como a coleta de dados pode impactar seu trabalho.

Durante o encontro fizemos uma série de atividades para explorar a concepção dos participantes sobre dados, mapear os principais atores e aliados na questão da merenda, entender o conjunto de ferramentas que o grupo utiliza para se organizar, e analisar os resultados atuais da campanha no Promise Tracker. Além de compartilharem alguns dos desafios técnicos encontrados, os estudantes discutiram como aprimorar a estrutura das questões para facilitar o uso da campanha e tornar a interpretação dos dados mais intuitiva. Depois do encontro visitamos 3 das escolas representadas para ver com nossos próprios olhos o que está sendo servido aos alunos e as condições nas quais a comida é armazenada e preparada.

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Além de acompanhar o que está sendo servido, os estudantes estão cada vez mais interessados em explorar algumas das questões relacionadas aos problemas da merenda, como fornecimento irregular ou incompleto de suprimentos, falte de freezers para armazenar os perecíveis, falta de pessoal, e desafios com o controle de pragas nas salas de armazenamento dos alimentos. Nas próximas semanas o grupo estará refinando a campanha atual e experimentando novas iniciativas de coleta dados para monitorar a chegada de ingredientes e suprimentos.

Tem sido inspirador ver a energia e a incrível dedicação de tanto estudantes e professores que têm transformado frustrações quanto a condição escolar neste vibrante e organizado coletivo. Nos sentimos imensamente agradecidos pela oportunidade de trabalhar ao lado de grupos como este para explorar a relação entre novas ferramentas tecnológicas e a organização social. Um agradecimento especial para Eliana Mara por nos acolher em Santarém e por sua incansável dedicação à vida dos jovens da cidade. Nos últimos 20 anos ela ensinou e orientou mais de 15.000 estudantes em Santarém e foi um prazer poder testemunhar parte do impacto que ela teve para esses indivíduos e suas comunidades.

Estamos ansiosos para retornar a Santarém neste verão, nos reencontrar com os estudantes e discutir seu progresso. Abaixo algumas notícias da mídia local sobre o trabalho dos estudantes quanto a essa questão:

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